Após 25 dias de investigação, Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente
Vítimas de Crimes (Nucria) decidiu que indiciará a diretora da escola Cimdy,
localizada no bairro Água Verde, em Curitiba, Jussara Pazim, 64 anos. Segundo o
documento entregue ao Ministério Público do Paraná (MPPR), crianças eram
obrigadas a se alimentar em pratos com os próprios vômitos.
O delegado José Barreto garantiu que ela será indiciada
por tortura-castigo. “Concluímos por indiciar essa mulher por tortura castigo,
a partir desse momento, o inquérito já está relatado e encaminhado ao
Ministério Público (MPPR), que vai oferecer denúncia para que o juiz possa
determinar as penas do processo”, disse à imprensa, na manhã desta sexta-feira
(26).
Ao todo, 54 pessoas foram ouvidas, entre 19 crianças, por
meio de escutas especializadas. Segundo a delegada Ellen Victer, também do
Nucria, que esteve à frente das investigações, as crianças foram ouvidas por
meio de trabalho lúdico e psicológico. “O que podemos dizer apenas é que essas
19 crianças eram vítimas dessas agressões praticadas pela diretora desse
colégio. Ela forçava essas crianças a comer, algumas crianças vomitavam, esse
vômito ia na comida e ela forçava a comer com o próprio vômito. Fazia fila em
banheiro para dar palmadas em crianças, deixava algumas presas em vasos
sanitários por horas a fio, sentadas, ficaram até com hematomas nas perninhas,
levava para castigo em uma sala e lá essas crianças permaneciam o dia todo, sem
ver outras crianças, sozinha. Diversas formas de agressão, físicas e
psicológicas”, detalhou.
Segundo os delegados, ex-alunos também foram ao Nucria
para relatar, já adultos, que sofriam agressões quando crianças estudantes da
escola. “Isso tudo gera trauma nessas crianças. Temos relatos de que elas estão
em novas escolas e perguntam se aquela professora estaria na escola”, disse
Barreto.
A diretora da escola, caso seja condenada, pode pegar uma
pena de dois a oito anos. A escola passou por processo de rescisão de contratos
trabalhistas com funcionários e está de portas fechadas.
Após a publicação da reportagem, a Escola Cimdy enviou uma nota à Banda B. Confira na íntegra: LEIA MAIS