A Igrejinha Santo Antônio não existe mais |
“Quando fiz a última curva, a
expectativa era chegar ao final dela e avistar a igreja do bairro Igrejinha
Santo Antônio. Aquela estrutura rústica de madeira, com arquitetura de décadas
atrás, com as paredes descascadas, revelando as inúmeras pinturas e reformar
realizadas no templo”, descreve o repórter, Herithon Paulista.
A reportagem do Canal HP, após
receber questionamentos de internautas, foi até o tradicional espaço, onde guardam
histórias de diversas famílias são-joanenses. O fato é que muitas pessoas defendem
que a igreja e as demais edificações, não deveriam ser demolidas.
O repórter Herithon Paulista visitou a igrejinha várias vezes nos últimos anos, e pôde acompanhar a deterioração com o tempo. Ela permaneceu em estado de abandono por algum tempo, e as ações de vândalos piorou ainda mais a situação. Utensílios e outros pertences da igreja, as tábuas da parede do templo e a fiação elétrica foram levados.
Com o êxodo rural, a região da
Igrejinha Santo Antônio perdeu bastante habitantes, que preferiram se
transferir para a cidade, onde há mais recursos e segurança. Com a redução
populacional progressiva, houve o tempo em que o padre celebrou a missa com a
presença de dois ou três fiéis.
Acabou a comunidade, as tradicionais
festas também acabaram, e o lugar foi sendo deixado, sem os fiéis para manter a
equipe de liturgia e auxiliar com cânticos. Sem os fiéis para fazer aquele
mutirão de melhorar a estrutura da Igrejinha Santo Antônio.
Quantas missas, batizados e casamentos
foram realizados naquela igrejinha, que hoje ficará apenas nas lembranças. A
reportagem fez contato com a paróquia São João Batista, requerendo alguma nota
sobre o tema, caso fosse de interesse. Recebemos informação extraoficial que a
igrejinha estava com a estrutura condenada e que o templo não estava sendo mais
utilizado para celebrações.
O assunto acaba dividindo
opiniões. Porém, levanta uma questão importante, quando paramos para olhar as
oportunidades que cada situação nos revela. Claro que ver uma igrejinha sumir
dói na alma de quem fez história por lá.
Herithon Paulista procurou o
vereador Maicon Rossi, e sugeriu que seja apresentada um projeto de lei para
proteção de prédios antigos, para preservação de acervo cultural e histórico. Esta
lei possibilitaria o tombamento de alguns prédios como patrimônio público,
sendo incluída a legalidade de subvenção do poder público para restaurações e
reformas nos mesmos.
Esta lei ainda deslumbra a
reestruturação das comunidades rurais, para que sejam recriadas as festas dos padroeiros
nas comunidades onde ainda conservam templos. Com isso, a comunidade voltaria
ter caixa para manutenção da igreja e a população são-joanense passaria a ter
um circuito de festas de bairros rurais, aumentando a convivência e
entretenimento entre todas as idades.
Com essa lei, é possível
garantir oportunidades para o turismo religioso, de lazer e cultural. “Discuti
esse projeto junto com o Maicon, e estaremos redigindo seu conteúdo, para que
possamos preservar aquilo de histórico que ainda temos. Não deixando o
progresso engolir o passado da população”, destaca Paulista.
O vereador Maicon Rossi vem
acrescentando novas ideias a esse projeto, acreditando que será muito
importante para desenvolver o município em muitos aspectos. “Precisamos
determinar a idade do prédio para tombamento e analisar toda a legalidade
jurídica para que o poder público possa sancionar a lei e conseguir criar um calendário
turístico e cultural mais rico”, enfatiza Rossi.
Se houver lei para preservação
e incentivo, é possível garantir que a história fique em pé. Veja a situação de
abandono que está a igreja da Costa Rica. Chega doer o coração. O tempo está acabando
com toda a estrutura e pode ser o próximo prédio a ser derrubado, caso não
exista a lei e a população não faça um mutirão para melhorias.
Igrejinha da Costa Rica |
O Cruz em frente ao templo é datado
em 1981. São 40 anos ou mais de histórias acumuladas. Às igrejinhas da Jabuticaba,
Água Rica, Beija-Flor e Água da Glória, ainda estão de pé. Até quando? Outras poucas
capelas resistem ao tempo e à perseverança da comunidade.
Imagina todos esses locais sendo
atrativos para um passeio religioso, um circuito de bikes, festas comunitárias,
caminhadas, enfim, são muitas possibilidades que temos quando preservamos a
história.