O
corte no orçamento do Censo Demográfico fez o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fez cancelar a aplicação das provas presenciais
objetivas do concurso para as vagas temporárias para recenseador, agente
censitário municipal e agente censitário supervisor, previstas inicialmente
para serem aplicadas neste mês de abril. Segundo a nota divulgada pelo IBGE
nesta terça-feira, 6, um novo planejamento para a s provas do concurso seria
avaliado pelo órgão, dependendo do posicionamento do Ministério da Economia
sobre o orçamento para o censo.
O IBGE recebeu até março as
inscrições de um processo seletivo para preencher 204.307 vagas temporárias de
recenseadores e agentes censitários para trabalhar na organização e na coleta
do levantamento censitário. Um concurso anterior tinha sido aberto pelo órgão
em 2020, mas acabou cancelado, e o dinheiro das inscrições, devolvido.
Os contratados no novo
processo seletivo visitariam todos os cerca de 71 milhões de lares brasileiros
entre agosto e outubro deste ano, nos 5.570 municípios do País. O IBGE esperava
que mais de dois milhões de pessoas se inscrevessem no processo seletivo, que
tinha as provas objetivas presenciais marcadas para o dia 18 de abril para as
vagas de agentes censitários e 25 de abril para os recenseadores.
“Conforme divulgado no dia 26
de março, a votação do Orçamento no Congresso Nacional para o exercício 2021
reduziu em cerca de 96% o total de recursos destinados à realização do Censo
Demográfico. Diante desse cenário, o IBGE comunica que as provas objetivas
referentes aos Processos Seletivos Simplificados (PSS) para os cargos de Agente
Censitário Municipal (ACM) e Agente Censitário Supervisor (ACS) (edital
01/2021) e Recenseador (edital 02/2021) não serão realizadas nas datas
previstas de 18/04/2021 e 25/04/2021, respectivamente.
O IBGE informa, ainda, que
avaliará com o Cebraspe um novo planejamento para aplicação das provas, a
depender de um posicionamento do Ministério da Economia acerca do orçamento do
Censo Demográfico”, diz a nota divulgada pelo órgão.
A atual presidente do IBGE,
Susana Cordeiro Guerra, pediu exoneração do cargo no mês passado, um dia após o
Congresso Nacional aprovar um corte orçamentário de 96% na verba para a
realização do Censo Demográfico neste ano. Quando ainda era preparado, o censo
foi orçado pela equipe técnica do IBGE em mais de R$ 3 bilhões, mas Susana
anunciou em 2019 que faria o levantamento com R$ 2,3 bilhões.
Em meio às restrições
orçamentárias, o órgão decidiu que o questionário básico do Censo seria
reduzido de 37 perguntas previstas na versão piloto para 26. O questionário
mais completo, que é aplicado numa amostra que equivale a 10% dos domicílios,
encolheu de 112 para 77 perguntas.
Com o adiamento de 2020 para
2021, o governo federal enxugou ainda mais o valor destinado ao censo no
orçamento deste ano enviado ao congresso, para R$ 2 bilhões. Após a aprovação
da Lei Orçamentária Anual (LOA) na Comissão Mista de Orçamento (CMO), a verba
foi reduzida para apenas R$ 71,7 milhões, inviabilizando o levantamento
censitário.