Os servidores da Agência de
Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) apresentaram ao agronegócio paranaense
uma Carta Aberta elaborada pela Comissão Estadual dos Servidores da Adapar e
pelo Sindicato da Defesa Agropecuária do Paraná para alertar o progressivo e
adiantado processo de enfraquecimento dos serviços oficiais de Defesa
Agropecuária, fato que pode ocasionar colapso na sanidade animal e vegetal do
Estado paranaense.
A Adapar foi criada em 2011
com a expectativa de prestar serviços eficientes e eficazes para manter a
qualidade e inocuidade dos produtos e insumos de origem vegetal e animal, bem
como atuar ativamente nas situações de emergência sanitária ou fitossanitária
assegurando e validando que os produtos paranaenses alcancem mercados de forma
duradoura e sustentável.
“Com dedicação, esforço e
comprometimento dos seus servidores, a Adapar promoveu melhorias de estrutura
física, gestão, banco de dados, sistemas informatizados, rotinas de vigilância,
auditorias e fiscalizações. Em 2018, após auditoria realizada pelo Ministério
da Agricultura, os servidores da Adapar foram classificados como a melhor
Defesa Agropecuário do Brasil e a obtenção da conquista do Reconhecimento
Internacional de Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação a qual será homologada
pela Organização Mundial da Saúde Animal na próxima quinta-feira (27). Esse
novo status sanitário permitirá a conquista e manutenção de mercados
importantes e com melhor remuneração dos produtos paranaenses”, diz o
documento.
No entanto, de acordo com a
carta, a realidade mostra que o Governo do Paraná, até agora sem a reação das
entidades que representam o agronegócio paranaense, optou por não agir
proporcionalmente a importância econômica e social que o agronegócio, Defesa
Agropecuária e servidores da Adapar representam para o Paraná e seus cidadãos.
“A Adapar e seus servidores
não estão recebendo a merecida valorização o que dificulta a manutenção de seus
serviços de excelência. O número de servidores ativos sempre deixou a desejar.
De 2008 a 2018 ingressaram na Instituição 441 servidores e saíram 195 neste
período, ou seja, houve saída de 47,4% ocasionando perdas de excelentes e
qualificados profissionais. Nos últimos cinco anos os servidores não tem seus
salários reajustados conforme o índice de inflação”, afirmam os servidores na
carta.
Segundo a carta, os serviços
prestados pela Adapar são típicos de Estado e indelegáveis. “Mas contrariando o
seu Decreto Estadual nº4317/2020 que reconhece os serviços da Agência como
Atividade Essencial, o Governo do Estado manteve o congelamento da contagem de
tempo de serviço para fins de progressões e promoções, mesmo os servidores da
Adapar não interrompendo os serviços prestados na agropecuária em defesa da
saúde animal e sanidade vegetal durante toda a pandemia do Covid-19”, dizem.
Neste período, mostra o documento, o Valor Bruto da Produção gerados pelo
agronegócio apresentaram os melhores resultados nas exportações, sustentando as
vendas de inúmeros produtos para outros países e garantindo o abastecimento do
mercado interno.
“Neste momento de celebração
pela conquista e importante reconhecimento internacional de Área Livre de Febre
Aftosa sem Vacinação é oportuno e necessário memorar os servidores da Adapar
que estão na linha de frente garantindo a excelência dos trabalhos de vigilância
sanitária em prol da execução defesa agropecuária e sustentação ao agronegócio
e preparados para o enfrentamento de outras possíveis crises sanitárias ou
fitossanitárias. O congelamento de progressões e promoções, somadas a cinco
anos sem reposição salarial, se traduz em desestímulo aos servidores que
executam o serviço oficial de Defesa Agropecuária do Paraná”.
A partir desta carta os
servidores da Adapar solicitam o apoio ao agronegócio paranaense para
interceder junto ao Governo do Estado do Paraná no restabelecimento das
progressões e promoções das carreiras da Adapar, fazendo justiça aos servidores
que não interromperam os serviços de vigilância, fiscalização e certificação
sanitária e fitossanitária e mantiveram a sanidade agropecuária paranaense.
Fonte: Adapar