Há exatos dois
anos, o advogado Luiz Flórido Alcântara, na época com 76 anos, foi morto a
tiros pela manhã, em seu escritório, na Rua Meron Euko, em São João do Ivaí.
Ele levou três tiros, sendo dois na região do tórax e um na boca.
Apesar de todo
esse tempo desde o assassinato, a família ainda não tem respostas de quem foi o
mandante e dos envolvidos na execução do advogado.
O Canal HP entrou
em contato com o delegado chefe da 17º Subdivisão Policial de Apucarana, Dr.
Marcus Felipe da Rocha Rodrigues, que acompanha o caso desde o início, e fomos
informados que a investigação não chegou a autoria, sendo encaminhado para o Ministério
Público.
“Vários
depoimentos foram colhidos, fizemos interceptação telefônico, procuramos provas,
mas não houve nenhum detalhe que levasse a crer na autoria do crime. Tudo o que
existe são suspeitos, mas não existem provas. O processo ficou bem encorpado,
mas, infelizmente, não temos algo de concreto que nos leve a solucionar esse
mistério. Passamos o processo ao MP por não ter mais nada que possamos fazer. O
que precisamos é de novas provas e informações”, disse o delegado.
O repórter
Herithon Paulista foi até o Ministério Público da Comarca de São João do Ivaí,
conversar com o promotor de justiça, Dr. Carlos Eduardo de Souza. Ele informou
que por hora o inquérito está arquivado, mas não prescreveu e que será reaberto
assim que surgirem novas provas.
“No caso do homicídio
do advogado Luiz Flórido Alcantara, eu acompanhei as investigações pessoalmente,
visto que foi um crime de grande repercussão e barbárie, inclusive a comissão da
OAB também acompanhou e fez pedidos ao delegado geral e ao secretário de estado
de Segurança Pública. Nessa investigação, embora o inquérito seja com sigilo
decreto, foram efetuadas diversas diligências, buscas, intercepções, enfim, um
trabalho intenso, porém não foi possível ser colhido elementos sobre a autoria”,
comenta o promotor de justiça.
Ele ainda destaca
que o inquérito, apesar de ser arquivado, só prescreverá após 20 anos. “Isso
não significa um ponto final. Hoje a investigação está encerrada e arquivada,
porque não se chegou aos autores do crime. Porém, como eu disse, não é um ponto
final, é uma vírgula, visto que se em qualquer momento surgirem novas provas essa
investigação é reaberta e estas novas provas serão anexadas e nós avaliaremos
se será o caso de processar quem seja estes autores. Dentro de 20 anos,
qualquer nova prova que for trazida, ela será investigação. Após esse prazo, aí
sim prescreve e não será mais caso de investigação. Por isso pedimos que quem
tiver informações qualificadas sobre estes fatos, que passa a denúncia de forma
anônima pelo 181”, orientou Dr. Carlos Eduardo.
Canais de denúncias
Para ajudar a polícia na solução desse caso, qualquer pessoa pode fazer denúncias anônimas através dos canais de comunicação: 181 / Telefone delegacia de Apucarana: (43) 3420-6700 ou WhatsApp da delegacia: (43) 99604-9816.
Relembre o crime
O advogado Luiz Flórido Alcântara, 76 anos, foi morto a tiros na manhã do dia 22 de novembro de 2019, em São João do Ivaí. Ele levou três tiros, sendo dois na região do tórax e um na boca. O crime aconteceu dentro do escritório da vítima, localizado na Rua Meron Euko, em frente ao Centro Social.
Luiz chegou a ser socorrido com vida pela equipe do Hospital Municipal e Samu, sendo até acionado a ambulância avançada de Ivaiporã e o helicóptero para transferência, mas após 1h30, a equipe de socorristas confirmou a sua morte.
O investigador relatou a reportagem que um homem bateu na porta do escritório, e quando a secretária atendeu, o indivíduo que estava com um capacete na cabeça, com uma viseira cromada (impossibilitando a identificação), invadiu o local e perguntou “cadê ele?”, indo direto para a sala do advogado.
Um outro homem, também de
capacete, ficou na rua com a moto funcionando. O assassino então surpreendeu a
vítima que estava sentada, efetuando três disparos. O autor saiu correndo do
local, montou na moto e os suspeitos fugiram em alta velocidade, tomando rumo
ignorado.