Um levantamento preliminar da
Secretaria de Estado da Saúde faz uma relação direta entre o perfil dos óbitos
e da maioria de internados pela Covid-19 no Paraná com o esquema vacinal da
população.
O potencial de mortes entre as
pessoas de 12 a 59 anos que não tomaram nenhuma vacina é de 6,59 por 100 mil
habitantes. O índice de mortalidade na mesma faixa etária cai para 0,29/100 mil
em pessoas com o esquema completo e o reforço; 0,75 com o esquema completo
(duas doses); e 0,96 para quem tomou apenas a primeira dose. Isso quer dizer
que a cada 100 mil pessoas, mais de seis morreram por não se vacinar, número
inferior a um entre os vacinados, ou 22 vezes menor.
Já na faixa acima de 60 anos,
considerada de risco para qualquer doença, a taxa de óbitos por 100 mil
habitantes de não vacinados é de 216,32 nesse período. O indicador cai para
7,84 com o esquema vacinal completo com a dose de reforço, ou seja, 27,6 vezes
menor.
A conclusão é a mesma que já
foi observada por diversos pesquisadores ao longo da pandemia: a campanha de
imunização é a principal resposta para o controle da Covid-19.
Segundo ele, os idosos
precisam desta blindagem contra o coronavírus ainda mais.
“Fatores de risco, como
comorbidades, podem aumentar a chance de óbitos. Este grupo também foi um dos
primeiros a se vacinar, portanto, deve dar atenção à dose de reforço e aos
cuidados. É uma doença que se manifesta de formas que ainda estão sendo
estudadas, por isso precisamos estar atentos à vacinação”, acrescentou.
INTERNAMENTOS
Para os internamentos de
pessoas entre 12 e 59 anos, conforme apuração inicial da Secretaria no período
analisado, a incidência é de 6,39/100 mil em não vacinados. Em relação aos
vacinados com a dose de reforço (0,59), a diferença é 10,8 vezes maior.
O índice para o esquema
vacinal completo (sem dose de reforço) do levantamento é de 1,58, e com o
esquema incompleto, de 1,51.
Em pacientes idosos, os dados
de internamentos apontaram 16 vezes mais casos entre os não vacinados, para um
índice de 81,12/100 mil, em comparação a uma taxa de 5,05 de pessoas com
esquema vacinal completo e também com a dose de reforço.
Nesse caso, o levantamento não
inclui dados de hospitais privados e de hospitais de Curitiba, visto que a
Capital possui sistema próprio de regulação.
METODOLOGIA
A coordenadora da Vigilância
da Epidemiológica da Sesa, Acácia Nasr, ressalta que o cálculo do levantamento
de vacinados ou não vacinados não foi feito em cima do número absoluto de
ocorrências, considerando que a maioria da população já está vacinada e nem
todos os infectados pela doença são hospitalizados, justamente por apresentarem
sintomas leves.
De acordo com ela, a
metodologia epidemiológica para atribuir a efetividade da vacinação levou em
conta a incidência por 100 mil habitantes. Na prática, a fórmula já é utilizada
para indicação do coeficiente da circulação de doenças como a dengue e a
própria Covid-19, no informe epidemiológico. O número de vacinados ou não
vacinados no período é dividido pelo número de mortes e internados, e o
resultado é a relação por 100 mil pessoas.
O primeiro exemplo de 6,59, a
título de explicação, levou em consideração o seguinte cálculo: 485.381
paranaenses nesta faixa etária não haviam se vacinado entre 1º de dezembro de
2021 e 31 de janeiro deste ano. Destes, 32 morreram em decorrência da infecção
pela doença. A taxa de óbitos é de 6,59 por 100 mil habitantes.
“Se trabalharmos com números
absolutos não aumentamos o nosso universo de referência entre vacinados e não
vacinados. O critério fica incompleto e equivocado. Temos que considerar a
situação vacinal da população neste período para entendermos a real proteção da
vacina dentro do cenário de óbitos e internações no Paraná”, afirmou.
“E temos que levar em
consideração que é um levantamento inicial, uma base comparativa. É como
chegamos a mais uma certeza que já tínhamos: a vacinação é a principal
responsável pelo atual cenário da pandemia, com menos internamentos e mortes na
comparação com a evolução dos casos”, completou Acácia.
POSITIVIDADE DE TESTES
O relatório também faz uma
análise da positividade dos testes no Paraná nos últimos sete dias. Segundo o
Sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial (SGAL), o maior índice é na
Regional de Saúde de Foz do Iguaçu, de
69,4%. União da Vitória está em segundo, com 63%. Acima dos 50% estão, ainda,
Maringá (57,1%), Metropolitana (55,2%), Umuarama (53,4%), Londrina (51,7%),
Toledo e Cascavel (51,3%), e Jacarezinho (51%). O menor indicador é da Regional
de Saúde de Cianorte (36,2%). A média estadual é de 52,2%.
Resumo do levantamento:
Óbitos de 12 a 59 anos
Esquema vacinal completo +
dose de reforço: 0,29 / 100 mil habitantes
Esquema vacinal completo (duas
doses): 0,75 / 100 mil habitantes
Apenas uma dose: 0,96 / 100
mil habitantes
Não vacinados: 6,59 / 100 mil
habitantes
Óbitos de mais de 60 anos
Esquema vacinal completo +
dose de reforço: 7,84 / 100 mil habitantes
Esquema vacinal completo (duas
doses): 21,1 / 100 mil habitantes
Apenas uma dose: 18,38 / 100
mil habitantes
Não vacinados: 216,32 / 100
mil habitantes
Internamentos de 12 a 59 anos
Esquema vacinal completo +
dose de reforço: 0,59 / 100 mil habitantes
Esquema vacinal completo (duas
doses): 1,58 / 100 mil habitantes
Apenas uma dose: 1,51 / 100
mil habitantes
Não vacinados: 6,39 / 100 mil
habitantes
Internamentos de mais de 60
anos
Esquema vacinal completo +
dose de reforço: 5,05 / 100 mil habitantes
Esquema vacinal completo (duas
doses): 12,54 / 100 mil habitantes
Apenas uma dose: 15,04 / 100
mil habitantes
Não vacinados: 81,12 / 100 mil
habitantes