Denúncias de diferentes casos
de importunação sexual cometidos no Colégio Cívico Militar Unidade Polo de
Campo Mourão, no noroeste do estado, se tornaram públicas após uma movimentação
realizada pelos próprios alunos, nesta sexta-feira (1). Pela manhã, estudantes se
juntaram para agredir colegas que supostamente teriam importunado sexualmente
diferentes alunas.
De acordo com o boletim de
ocorrência, três alunas procuraram a direção e os militares do colégio entre
quarta (30) e quinta-feira (31) para denunciar os abusos. Sem retorno, as adolescentes
voltaram a cobrar respostas nesta sexta.
Diante das acusações, a
direção decidiu ouvir as vítimas e os acusados. Entretanto, de acordo com a PM,
na hora do intervalo, o assunto repercutiu entre os alunos que decidiram fazer
justiça com as próprias mãos.
Com medo de possíveis retaliações graves, os adolescentes acusados pelas alunas foram mantidos dentro da sala pedagógica, até a chegada de outros policiais militares. Todos os envolvidos foram levados a delegacia acompanhados de seus responsáveis.
De acordo com as denúncias
feitas pelas alunas, os suspeitos estariam sexualizando professores, passando a
mão pelo corpo das alunas, assistindo vídeos pornográficos e até mesmo, se
masturbando na presença das mesmas. Há ainda acusações de violência físicas
contras as vítimas e supostas ameaças de estupro.
O RIC Mais entrou em contato
com a Secretaria da Educação e do Esporte do Estado que, em nota, afirmou que o
Núcleo Regional de Educação de Campo Mourão deu início aos procedimentos de
apuração dos fatos.
De acordo com a SEED, a partir
da próxima segunda-feira (4), “a escola fará reuniões para ouvir os estudantes
e responsáveis envolvidos”.
O Conselho Tutelar de Campo
Mourão também foi acionado e foi até o colégio nesta sexta.
“Foi possível verificar que
ali já estavam presentes a Polícia Militar e alguns familiares, porque esses
estudantes fizeram contatos com seus responsáveis, bem como os dirigentes da
instituição”, conta a presidente do Conselho Tutelar de Campo Mourão, Marisa
Barbosa Palma.
Marisa destaca que o Conselho
Tutelar, além de atender a vítima, atua na proteção integral da criança e do
adolescente. De acordo com ela, as vítimas também seriam atendidas pela rede de
proteção do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).
“Cabe ressaltar que a parte da
Polícia Militar, Polícia Civil e Vara Criminal é julgar o crime da violência
sexual. É na esfera criminal”, completa.
O que é considerado violência
sexual?
A presidente do Conselho Tutelar
explica que, apesar de sempre atrelarem violência sexual à conjunção carnal,
existe também o chamado ‘ato libidinoso’.
“Mostrar conteúdo
pornográfico, fazer gestos obscenos, usar de força, […] intimidação, toque,
abraço sem a permissão é considerado sim uma violencia sexual”, explica a
conselheira tutelar.
Como denunciar?
Em caso de suspeita de violência sexual ou violação de direitos envolvendo crianças ou adolescentes, é recomendado acionar o Disque 100 (dos Direitos Humanos), um canal nacional para denúncias. (Informações RIC Mais)
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