O nazista Josef Mengele, considerado
o “Anjo da Morte”, teria vivido em São João do Ivaí na década de 1960. Após a 2ª
Guerra Mundial, fugiu para vários países, para evitar sua prisão. Um desses
países foi o Brasil, onde se refugiou em São Paulo, inclusive, foi naquele
estado que veio a morrer por afogamento.
O que os livros e pesquisas não contam, é que durante a permanência no
Brasil, Mengele chegou em São João do Ivaí, no norte do Paraná, onde utilizava um nome falso: Dr. Cirilo. O nazista teria trabalhado na prefeitura como engenheiro, quando o
prefeito era Jacinto Mandelli.
Dr. Cirilo morava em uma casa que existia próximo a captação de água, na saída para Ubaúna, juntamente com sua esposa e uma criança. A história foi contada pelo empresário e mecânico, Célio Bernini, durante entrevista ao podcast Vale do Ivaí Conectado, que foi ao ar no último sábado (25).
Seo Célio conta alguns episódios da permanência de Mengele em São João do Ivaí: "ele costumava comprar parafusos na minha loja", afirma o empresário.
VEJA O VÍDEO:
Josef Mengele nasceu em
Günzburg, na Alemanha, no dia 16 de março de 1911. Seu pai, Karl, era um rico
industrial do ramo de equipamentos agrícolas. Mas, em vez de assumir os
negócios da família, preferiu estudar medicina em Frankfurt.
Formado em 1938, foi admitido
em Auschwitz cinco anos depois, como coronel-médico da SS, a tropa de elite do
regime nazista. Logo, ganhou o título de O Anjo da Morte. "Mengele foi o
mais sádico e cruel de todos. Como se estivesse brincando de Deus, selava o
destino dos prisioneiros que chegavam a Auschwitz. Enquanto uns seguiam para o
campo de trabalhos forçados, outros eram jogados nas câmaras de gás",
explica o jornalista americano Gerald Posner, autor de Mengele - The Complete
Story (2000).
Um terceiro grupo, formado por
gêmeos, anões e deficientes físicos, era usado como cobaia de experimentos
macabros no pavilhão batizado de "zoológico". Suas pesquisas, que
nada contribuíram para a ciência, consistiam, entre outras atrocidades, em
testar os limites do ser humano em temperaturas altíssimas - como caldeirões de
água fervente - ou injetar cimento líquido nos úteros das prisioneiras para
avaliar os efeitos da esterilização em massa.
Quando a derrota na Segunda
Guerra tornou-se uma questão de dias, os oficiais nazistas só tinham três
decisões a tomar: suicídio, prisão ou tentativa de fuga. Em 17 de janeiro de
1945, quando tropas soviéticas estavam a dez dias de tomar Auschwitz, Mengele
optou pela terceira alternativa. Sob o pseudônimo de Fritz Ullmann, trabalhou,
por quatro anos, numa plantação de batatas no sul da Alemanha.
Em junho de 1949, seguiu para a Argentina, onde trocou novamente de identidade e virou Helmut Gregor. Quando a Alemanha pediu sua extradição, fugiu para o Uruguai. Em 1959, migrou para o Paraguai e, dois anos depois, para o Brasil.
"Mengele era de família
rica. Na Argentina e no Paraguai, contou com a ajuda de outros ex-oficiais
nazistas. Chegou a ser dono de uma farmacêutica na Argentina, de onde tirava um
bom dinheiro", relata Guterman.
Como seus crimes haviam sido
muito bem documentados perante o Tribunal Militar Internacional (IMT) e outros
tribunais pós-Segunda Guerra, em 1959, as autoridades da Alemanha Ocidental
emitiram uma ordem de prisão para Mengele e, em 1960, pediram sua extradição à
Argentina. Assustado com a captura de Adolf Eichmann pelos israelenses em
Buenos Aires no mesmo ano, Mengele se mudou para o Paraguai e depois para o
Brasil, passando os últimos anos de sua vida nos arredores de São Paulo. Já com
a saúde debilitada, em 7 de fevereiro de 1979, Mengele sofreu um derrame
enquanto nadava em uma colônia de férias em Bertioga, em São Paulo, Brasil, e
morreu afogado. Ele foi enterrado em um subúrbio de São Paulo com o nome
fictício de "Wolfgang Gerhard".
Em 1985, a polícia alemã,
investigando provas recentemente confiscadas de um amigo da família de Mengele
em Günzburg, localizou a sepultura de Mengele e exumou seu corpo. Especialistas
forenses brasileiros identificaram seus restos mortais como sendo o de Josef
Mengele. Em 1992, novas análises feitas através de exames de DNA confirmaram
aquela conclusão. O monstro Mengele havia conseguid enganar seus perseguidores
por 34 anos.
(Informações BBC e Enciclopédia
do Holocausto)