A arquibancada do estádio do Santos desabou em 1964, é um são-joanense foi testemunha dessa história. O Canal HP vem fazendo uma série de entrevistas com pioneiros, que vai ao ar todos os sábados, às 10h00 da manhã.
O empresário aposentado, Claudio Dias da Rocha, o Claudio do Restaurante Itaipu, foi recentemente o entrevista do programa Vale do Ivaí Conectado - Especial Histórias, e contou uma passagem de sua vida, que foi marcada pela dimensão do acidente e por sua indisciplina no Exército.
Segundo seu Claudio, em 1964, ele fugiu do quartel com alguns amigos soldados para assistir o jogo entre Santos e Corinthians na Vila Belmiro. “Demos um jeito de sair do quartel para ver o jogo, porque o Santos naquela época era um fenômeno e tinha a estrela Pelé atuando. O estádio estava completamente lotado e na hora que o Pelé avançou para a grande área, a torcida se levantou de uma vez com expectativa do gol é uma ala da arquibancada desabou. Eu e meus amigos estávamos do outro lado e vimos aquela cena terrível. O jogo parou e decidimos ir embora antes que o coronel percebesse nossa ausência”, conta o são-joanense.
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O Canal HP pesquisou sobre esta história e confirmou o acidente. Segundo o site O Curioso do Futebol:
A Vila Belmiro não é um estádio exatamente conhecido por ser grande. Famosa por ser um caldeirão, o estádio santista sufoca os adversários quando lotado e a presença do torcedor claramente faz falta ao Alvinegro Praiano em 2021. Em 1964, mais especificamente num dia 20 de setembro, Santos e Corinthians faziam um jogo que receberia o recorde de público do "Alçapão", 32 mil pessoas, que derrubaram parte da arquibancada.
Em 1962, o Santos era um fenômeno estranho no futebol brasileiro, já que se tratava basicamente de um time do "interior" que de se tornou de uma hora pra outra a maior força do futebol sul-americano (e mundial provavelmente). Campeão da Libertadores menos de um mês antes deste clássico, o Peixe começava a ver muitos torcedores em seus jogos e atraia a atenção do país todo, num processo que o levaria a ter a terceira maior torcida do país nos anos 1970 e 1980. Naquele dia, a Vila recebeu uma superlotação.
No total, 32.986 torcedores ocupavam as arquibancadas da Vila Belmiro, parte delas ainda feitas de madeira na época. O clássico foi realizado na Vila Belmiro devido a pressão do presidente santista da época, o histórico Athiê Jorge Cury, um dos maiores dirigentes de toda a trajetória alvinegra. Foi com um clima de caldeirão que o jogo teve início naquele dia na Vila Belmiro, completamente lotada e aguardando mais um show de Pelé e cia.
Só que a partida durou pouco. Com apenas seis minutos de jogo, parte das arquibancadas de madeira do estádio santista desabaram, fazendo com que 181 pessoas ficassem feridas, apesar de não haverem vítimas fatais. Instantaneamente, o lendário árbitro Armando Marques paralisou a partida e não cedeu a insistência do presidente do Santos para que o jogo continuasse.
A partida acabou sendo reagendada para 10 dias depois, no Pacaembu, onde acabou terminando em um empate por 1 a 1. A Vila Belmiro acabou sofrendo ajustes e alguns anos depois deixou de possuir arquibancadas de madeira. Casa do lendário Santos de Pelé em diversas partidas menores, foi nessa época que o estádio recebeu o apelido de Alçapão, devido ao fato do Santos ser quase imbatível ali dentro. Apesar disso, ela ficou pequena demais para alguns jogos grandes do Alvinegro Praiano, que eram levados para São Paulo.