Depois de um período de eleições acirradas, a cidade escolheu, com 57,41% dos votos válidos, Eduardo Pimentel (PSD) para ser o novo prefeito de Curitiba. A decisão veio por volta das 17h56 deste domingo (27), após mais de 85% dos votos apurados.
Já por volta das 18h15, com mais de 95% dos votos apurados, o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) cravou Pimentel como prefeito eleito.
Cristina Graeml (PMB) teve 42,59% dos votos. As eleições deste domingo levaram 942.651 eleitores às urnas. Dos votos válidos, foram 876.433.
Por oito anos, Eduardo Pimentel foi vice-prefeito de Curitiba, e buscou nesse período aprender com o trabalho para pegar o bastão de Rafael Greca (PSD), atual prefeito de Curitiba.
Administrador de empresas e político, Eduardo Pimentel teve a trajetória marcada pela dedicação a Curitiba. Eduardo Pimentel vai ter como vice o ex-deputado federal, Paulo Martins (PL).
Filiado ao Partido Social Democrático (PSD), Pimentel prometeu que, como prefeito de Curitiba, quer garantir que os avanços realizados na gestão do prefeito Rafael Greca sejam não apenas preservados, mas também aprimorados.
O resultado das eleições 2024 em Curitiba é bem próximo do que perceberam as pesquisas divulgadas no sábado (26): o Instituto Quaest, por exemplo, previa que Eduardo Pimentel tinha 12 pontos a frente de Cristina.
Eleições acirradas
As eleições de 2024 em Curitiba foram as mais acirradas da história democrática. Segundo Karolina Roeder, cientista política e professora da Uninter, também pode se dizer que foi uma das votações mais competitivas do Brasil.
“Tivemos um contexto onde havia um político tradicional, versus uma candidata outsider, totalmente fora do campo político. Desde o começo das eleições, a gente já via que não tinha nada definido. Tínhamos quatro candidatos inicialmente empatados desde o início do primeiro turno, um grau de indecisão muito grande também, nós tínhamos muitos indecisos em Curitiba, um dos maiores índices do Brasil entre as capitais” avaliou Karolina Roeder, cientista política e professora da Uninter.
A cientista política ressaltou que, nesse contexto, de muitas pessoas indecisas e com alta competitividade, o que se viu foi um resultado no primeiro turno com surpresa de grande parte do eleitorado, com Cristina Graeml subindo para o segundo turno.
“Foi uma eleição muito competitiva até o final do segundo turno, tivemos ontem [sábado] três pesquisas que deram conta de que o Eduardo Pimentel estava à frente, mas ainda assim com uma margem bem justa e uma competitividade muito grande”.
Votos nulos e em branco
O segundo turno das eleições para a Prefeitura de Curitiba teve 38.991 de votos nulos, e 27.227 votos em branco, o que corresponde a 4,14% e 2,86%, respectivamente.
No primeiro turno em Curitiba, as eleições 2024 tiveram 47.728 votos nulos, que corresponde a 4,64%, e 45.913 votos em branco, o que corresponde a 4,46%.
Na avaliação de Karolina Roeder, isso demonstra que parte do eleitorado não estava satisfeita com nenhuma das duas opções.
“Isso demonstra um percentual considerável de votos nulos. Também nós temos um crescimento, de forma geral, nas abstenções ao longo dos anos. Nós tivemos um pouco mais em 2020 por conta da pandemia, mas vemos isso aumentando. Isso pode ser um indicativo de que uma parte dos eleitores não vê, dentro do sistema democrático, uma forma de se sentir representado, de escolher os candidatos”.
Outra explicação para as abstenções também pode ser pela facilidade que as pessoas têm hoje em justificar a ausência por meio do e-título, por meio do aplicativo, não precisa mais sair de casa, e consegue resolver ali se caso tiver que se abster.
“Num contexto em que a gente tem um candidato de direita e de extrema direita no segundo turno, a gente pode ver os eleitores de centro, centro-esquerda, mais descontentes com essas possibiliodades e anulando o voto ou simplesmente não indo votar”.
Informações: Banda B
