O Paraná iniciou nesta
semana a testagem em massa da população como estratégia de combate à Covid-19.
A ideia, de acordo com o governador Carlos Massa Ratinho Junior, é chegar aos 5
mil testes até o fim desta semana e ampliar gradativamente o processamento
dos exames.
A estimativa da Secretaria de
Estado da Saúde é que, dentro de um mês, o Paraná terá capacidade para fazer 40
mil diagnósticos semanais. A meta é chegar a 200 mil pessoas testadas em 90
dias. Os kits com testes RT-PCR, considerados padrão ouro pela Organização
Mundial da Saúde (OMS), já começaram a ser encaminhados para os municípios e
hospitais de referência para atendimento dos casos de Covid-19.
“A testagem em massa nos dará uma
radiografia importante para tomar decisões. Com o aumento, a partir de hoje,
seremos disparadamente o estado com o maior volume de testes, número próximo a
países de primeiro mundo”, afirmou o governador.
“O grande êxito do Paraná é
fazer um bom planejamento estratégico em cima de dados e ouvindo os
especialistas. É o que tem funcionado até o momento, trazer para cá o que está
dando certo no mundo”, disse.
Após a coleta nos municípios, as
amostras retornarão a Curitiba, para serem processadas no Laboratório Central
do Estado (Lacen-PR) e no Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP),
localizado no parque tecnológico do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).
A distribuição entre os
municípios observa os dados epidemiológicos de cada um, levando em conta o
maior número de casos confirmados e a população de risco, além de outras
variantes.
ISOLAMENTO – Mesmo com a
ampliação da testagem, a orientação do Governo do Estado é manter o isolamento
social, ressaltou Ratinho Junior. “A recomendação, desde o início da pandemia,
é a mesma. Não existe vacina ou remédio comprovado que resolva o problema da
Covid-19. O isolamento social e o uso de máscara são o grande remédio para o
momento, especialmente para as pessoas com mais de 60 anos e outros grupos de
risco”, destacou.
ESTRUTURA HOSPITALAR - O
governador também salientou que o Paraná reforçou a estrutura hospitalar, com
mais de 3 mil leitos de enfermaria e UTIs exclusivos para pacientes da
Covid-19.
Eles estão distribuídos na rede
estadual e em hospitais filantrópicos e particulares. Também foram aceleradas
as obras dos hospitais regionais de Telêmaco Borba, Guarapuava e Ivaiporã, que
devem ser inaugurados nas próximas semanas para receberem esses pacientes.
“Temos uma boa rede de
atendimento, com um grande reforço no Interior do Estado. É o acompanhamento
diário do número de pessoas infectadas, junto à ocupação dos leitos, que baliza
a tomada de decisões”, disse. “Temos que tomar cuidado para que não haja uma
super lotação dos hospitais. Por isso a nossa recomendação de isolamento social
e que as pessoas não saiam de casa sem a máscara, para que o sistema possa
suportar, prestando um atendimento de qualidade”.
ECONOMIA – Essa estratégia,
explicou o governador, evita o bloqueio total do comércio e das empresas.
“Queremos evitar o lockdown. A economia é fundamental, a atividade econômica
sustenta o País e o Estado, gera empregos. Mas não dá para tratar de um momento
anormal de forma normal”, disse Ratinho Junior.
“Tentamos criar um ambiente para
que alguns setores, que sofrem mais, sejam menos impactados. Queremos passar
por essa pandemia com o menor prejuízo de vidas e também o menor prejuízo na
economia. É um ponto de equilíbrio difícil de alcançar, mas até o momento temos
conseguido passar com mais segurança que algumas regiões do mundo”,
afirmou.
Ratinho Junior ressaltou que
alguns setores econômicos continuam funcionando, já que as indústrias não
pararam. A movimentação de cargas no Porto de Paranaguá, por exemplo, bate
recordes a cada mês. “Criamos um ambiente para que ele não parasse, com
assistência médica aos trabalhadores, higienização, medição de temperatura dos
caminhoneiros. Preparamos o ambiente para que o setor não parasse”, explicou.
Ele afirmou que o Governo tem
cobrado isso também dos setores, para que as fábricas e grandes indústrias
possam trabalhar seguindo recomendações que ajudem a defender a economia e, em
especial, o trabalhador.
“Outra preocupação é com o
transporte coletivo. Temos pedido para alterar o horário de entrada e saída dos
trabalhadores, para evitar a superlotação dos ônibus, o que pode facilitar a
transmissão do vírus”, explicou.
MEDIDAS – O governador
também destacou algumas medidas que são tomadas pelo Estado desde o início da
pandemia, há dois meses. Entre elas está o monitoramento das divisas com São
Paulo e Santa Catarina, para saber das condições de saúde de quem circular pelo
Estado, para evitar a disseminação do novo coronavírus.
Ele também enfatizou a atenção
com a população em situação de vulnerabilidade social. Além de contar com a
mobilização e solidariedade da sociedade, o Estado criou um grande pacote
social para atender as pessoas mais vulneráveis.
Isso inclui a distribuição dos
alimentos da merenda escolar e do Leite das Crianças às famílias dos estudantes
cadastradas no Bolsa Família, o Cartão Comida Boa, que disponibiliza um voucher
de R$ 50 para quem está no Cadastro Único e para os autônomos e
microempreendedores que perderam renda durante a pandemia. A cobrança de
tarifas de água e energia também foram suspensas no momento.
MUNICÍPIOS E EMPREGOS
- Ratinho Junior também salientou que o Estado trabalha com planejamento
para a retomada econômica, tendo como estratégia um grande investimento em
obras nos municípios. Segundo ele, a medida auxilia na geração de emprego e
movimenta a economia em todas as regiões do Estado.
Além de um financiamento de R$
600 milhões com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o Paraná busca o
aval do Tesouro Nacional para um empréstimo de R$ 1,6 bilhão.
“Queremos
que isso seja aprovado o quanto antes. Primeiro porque a saúde fiscal do Paraná
é uma das melhores do Brasil. Além disso, está dentro do nosso programa de
recuperação da economia. As obras de infraestrutura vão gerar muitos empregos e
vai ajudar na economia regional”, disse.