Conforme as denúncias das mulheres, o médico estimulava e massageava a vagina das pacientes sem luva e as encarava enquanto tiravam as roupas para a consulta. Uma jovem, que estava grávida quando procurou o ginecologista para fazer um exame de ultrassom do bebê, contou para a equipe da RICtv que o homem chegou até mesmo a acariciar suas pernas e pedir para que ela ficasse de quatro.
Outra paciente contou que percebeu o comportamento fora do comum do médico na consulta e, ao olhar para as mãos do profissional, notou que ele estava sem luvas. “Eu comecei a tremer e não sabia o que fazer naquele momento, ele me olhava muito estranho. E eu sabia que eu estava sozinha na clínica e a clínica estava com o portão trancado no cadeado. Então não tinha para onde eu correr”, revelou ela.
A paciente mais antiga que afirmou ter sido vítima de abuso é uma mulher que hoje está com 60 anos. O caso teria acontecido em 1996 e, abalada, ela não contou à ninguém sobre a situação, até que viu o relato de outra vítima na imprensa local, o portal JB Litoral, e resolveu se manifestar.
A mulher afirmou que, ao perceber o toque inapropriado, confrontou o médico. “Eu bati nele, ele saiu correndo, me chamando de louca, dizendo que ele não tinha feito nada e trancou-se no banheiro”, descreveu.
Segundo a polícia, após a notícia do primeiro caso, outras vítimas foram até a delegacia e relataram fatos semelhantes cometidos pelo suspeito. Até o momento, cinco boletins de ocorrência foram registrados.
Defesa
O advogado do médico, Luis Gustavo Janiszewski, contou que conversou com o delegado de Paranaguá na última sexta-feira (13). A defesa confirmou a existência dos quatro boletins de ocorrência, mas fez ressalvas sobre os relatos e tratou as situações como “mal entendidos”. Segundo Janiszewski, o médico, de 65 anos, atua como profissional de saúde desde 1981, já fez 30 mil partos e atendeu cerca de 50 mil pacientes.
Veja a nota da defesa na íntegra:
CRM e Prefeitura de Paranaguá
A RICtv procurou o Conselho Regional de Medicina do Paraná, que informou que “abriu procedimento de ofício para apurar as denúncias contra o referido médico, conforme rege o Código de Processo Ético-Profissional”. O órgão disse ainda que não pode se manifestar “sobre sindicâncias ou processos sob análise, respeitando-se o princípio do contraditório e ampla defesa”.
Veja na íntegra:
“O Conselho Regional de Medicina do Paraná informa que, com base em notícias recentemente veiculadas na imprensa, abriu procedimento de ofício para apurar as denúncias contra o referido médico, conforme rege o Código de Processo Ético-Profissional. Cabe ressaltar que, por força da legislação vigente, o CRM-PR fica impedido de se manifestar sobre sindicâncias ou processos sob análise, respeitando-se o princípio do contraditório e ampla defesa.”
A Prefeitura de Paranaguá informou que o profissional trabalha pelo município no Serviço de Certificação de Óbito (SCO) e que o andamento de possíveis processos é sigiloso.
Confira:
“A Secretaria Municipal de Saúde conta com a Ouvidoria para recebimento de denúncias. O cidadão pode contar com o canal via telefone – 3420-2806, e-mail [email protected] ou ainda pessoalmente na sede administrativa, Rua João Eugênio, 959, Centro. O cidadão acompanha todo o processo que é sigiloso. É importante ressaltar que o médico em questão trabalha pelo Município no Serviço de Certificação de Óbito (SCO).”
Informações: RIC Mais