Uma das figuras públicas que ganhou notoriedade no cenário nacional durante as eleições, o diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, é paranaense de nascimento. Embora tenha se criado em Santa Catarina, ele é natural de Ivaiporã, no Vale do Ivaí.
Para o grande público, Silvinei se tornou conhecido nacionalmente como personagem central das recentes polêmicas envolvendo a PRF, nos episódios das blitze realizadas no dia do segundo turno das eleições, principalmente concentradas na região Nordeste do país.
Segundo se denunciou na época, as blitze teriam sido realizadas mesmo diante das determinações anteriores por parte do Supremo Tribunal Federal (STF), como forma de dificultar o transporte público nas regiões reconhecidamente como sendo de maioria favorável à candidatura petista à presidência da República.
Na véspera do segundo turno, Silvinei chegou a postar e a apagar em seguida, em suas redes sociais, uma mensagem pedindo votos a Bolsonaro. Silvinei assumiu a PRF em 2021, por indicação de Flávio Bolsonaro.
Silvinei foi chamado a Brasília no dia do segundo turno para dar explicações sobre as blitze e voltou ao foco das atenções nos dias posteriores ao final das eleições, quando começaram as manifestações contrárias aos resultados das urnas, com centenas de pontos de bloqueios de rodovias federais e estaduais, em todo o país.
A PRF teria demorado para agir no sentido de desbloquear as rodovias, mesmo com as decisões do STF, que determinou inclusive multa diária de R$ 100 mil, pessoalmente contra o diretor da PRF, caso os bloqueios não fossem desfeitos. O STF também decidiu que as Polícias Militares dos Estados poderiam agir nos desbloqueios das rodovias federais.
O STF chegou inclusive a ameaçar dar ordem de prisão contra Silvinei Vasques, por desobediência. Uma reportagem do Poder 360 resgata histórias da carreira do diretor da PRF para informar que as polêmicas vão bem além das que ocorreram durante o período eleitoral. A reportagem cita outras polêmicas durante a carreira de Silvinei Vasques.
Ele já teria sido condenado por agredir um frentista e teria, ainda, oito sindicâncias contra ele, todas em sigilo de 100 anos, decretados pelo Governo Federal. Silvinei iniciou carreira na PRF em 1995. Ele homenageou o presidente Bolsonaro em 2021 e, no ano seguinte, foi homenageado pelo Governo Federal, com a Ordem do Mérito.
Silvinei foi condenado em 2019 por uma agressão que teria praticado em 2000, na cidade de Cristalina, em Goiás. Ele teria agredido o frentista depois que o trabalhador teria se negado a lavar as viaturas da PRF, como determinado por Silvinei. O trabalhador teria se recusado porque não era comum no posto lavar viaturas policiais.
A União acabou obrigada a indenizar o trabalhador em R$ 52 mil e desde então a Advocacia Geral da União tenta cobrar o valor de Silvinei. O valor, corrigido, já estaria próximo a R$ 100 mil. Uma decisão de 2019 condena Vasques a pagar a indenização.
Ainda de acordo com a reportagem, em 2006, Silvinei respondeu a um processo interno e na época, a coordenação de assuntos disciplinares da instituição teria recomendado a demissão dele por conta do episódio da agressão ao frentista. Ele também respondeu a uma sindicância, em 1997, no início da carreira, acusado de ter pedido propina de uma empresa de guincho em Santa Catarina.
Com informações TN Online