Na manhã desta quarta-feira, 25 de setembro de 2024, a fase ostensiva da “Operação Glycine” foi deflagrada em São João do Ivaí, após um ano e meio de intensas investigações. A operação tem como objetivo apurar e comprovar a prática dos crimes de furto qualificado e estelionato, envolvendo funcionários, ex-funcionários, cooperados e não cooperados da COAMO, maior entreposto da região. Além disso, investiga-se o possível envolvimento de outras empresas no recebimento de cargas de soja desviadas e furtadas.
Entre os crimes investigados estão receptação qualificada, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A investigação teve início após a entrega de documentos produzidos pela própria COAMO, resultado de uma auditoria interna que revelou discrepâncias no controle de suas operações.
Nesta fase da operação, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão na cidade, resultando na coleta de celulares, documentos patrimoniais dos envolvidos e veículos automotores, que teriam sido adquiridos com o dinheiro proveniente do esquema criminoso.
O prejuízo financeiro estimado causado à COAMO é de aproximadamente R$ 3 milhões, valor que também reflete o enriquecimento ilícito dos suspeitos.
A delegada Kethilin Iurino, responsável pela operação em São João do Ivaí, destacou a complexidade do caso. “As investigações avançaram de forma sigilosa e eficiente, envolvendo diversas medidas investigativas, como a análise de documentos e o monitoramento dos suspeitos. Conseguimos reunir provas robustas que indicam a participação ativa de funcionários e ex-funcionários da COAMO, além de empresas que podem estar envolvidas no recebimento da carga desviada. Agora, com as buscas e apreensões realizadas, entraremos na fase de oitivas e interrogatórios para esclarecer ainda mais o esquema”.
O promotor de justiça Edson Scolari, que também acompanhou a operação, reforçou a importância da integração das forças de segurança na condução das investigações. “A participação da Polícia Civil, em conjunto com o Ministério Público, foi fundamental para o avanço da operação. Estamos tratando de crimes que afetam diretamente a economia local e a confiança em uma das maiores cooperativas do Brasil. Nosso objetivo é garantir que todos os envolvidos sejam devidamente responsabilizados e que os prejuízos causados à COAMO sejam apurados com rigor”.
Nos próximos dias, os envolvidos serão notificados sobre o andamento das investigações e terão seus depoimentos colhidos pelas autoridades. A Operação Glycine representa um importante passo no combate ao desvio de recursos e ao crime organizado na região, reafirmando o compromisso das autoridades em preservar a justiça e a ordem pública.
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