A MetSul Meteorologia, um dos
principais geradores de conteúdo de informação meteorológica do Conesul,
divulgou nesta sexta-feira (23 de julho) um alerta sobre uma massa de ar frio
de origem polar que vai invadir o Brasil na próxima semana, atingindo inicialmente
a região sul do país. De acordo com o instituto, a frente fria tem potencial
para ser uma das mais intensas deste século a alcançar o território nacional
sob um cenário de clima propício a eventos de frio extremo.
Segundo a MetSul, modelos
números analisados indicam uma erupção de ar gelad muito intensa, mais forte
que a de junho e a desta semana,ainda sinalizando em alguns momentos uma onda
polar de excepcional força e com magnitude raramente vista na história recente.
"Que será uma onda de
frio intensa não se tem dúvida, mas faltando ainda quatro dias para a sua
chegada existem pontos em aberto, como sua intensidade definitiva, o alcance do
ar gelado no território brasileiro e a possibilidade de neve, sua extensão e
eventual acumulação e quantidade. Estes cenários devem ficar mais claros ao
longo deste fim de semana e na segunda-feira, com a maior proximidade do
evento", esclarece o MetSul Meteorologia, em comunicado.
A previsão é que o ar polar
ingresse no Brasil entre a terça e a quarta-feira, trazendo queda enorme da
temperatura, que será extremamente baixa na segunda metade da próxima semana -
para Curitiba, por exemplo, o Simepar prevê temperatura mínima negativa na
próxima sexta-feira e sábado.
"Modelos têm indicado que
a temperatura no nível de pressão de 850 hPa, equivalente a 1.500 metros de
altitude, que é parâmetro usado em Meteorologia para identificar o quão quente
ou fria é uma massa de ar, ficaria entre -5ºC e -6ºC no Sul do Brasil. Para se
ter ideia do que isso representa, somente ondas de muito frio intensas atingem
valores tão baixos e que raramente são observados. As ondas de frio intensas de
julho de 2000 e de julho de 2007, por exemplo, tiveram valores nestes patamares.
Além disso, chama a atenção o
período. Em geral, os modelos costumam indivais valores muito baixos no nível
de 850 hPa por um ou dois dias. Desta vez, porém, a previsão é para o período
de quarta-feira té sábado da semana que vem, ou seja, por vários dias seguidos,
o que representaria um período extremamente frio com mínimas e máximas muito
baixas mais prolongado que o habitual. Há dados, inclusive, sinalizando que o
ar polar se reforçaria se reforçararia sexta.
Probabilidade de neve
muitíssimo alta
A probabilidade de nevar nas
áreas de maior altitude do Sul do Brasil com base nos dados de hoje é
muitíssimo alta. A cinco dias do começo do evento de frio, projeções de neve
estão, contudo, sujeitas a enormes mudanças e o que se esboça nesta sexta-feira
está longe de ser definitivo.
Hoje, o cenário que se
apresenta, a partir da modelagem numérica e análise de eventos passados com
características semelhantes, sinaliza a chance de precipitação invernal (neve
em flocos, chuva congelada e/ou graupel) por demais alta nos pontos mais
elevados do Sul do Brasil (cotas de altitude acima de 800 metros), chance média
a alta em locais de média altitude (400 metros a 700 metros) e pequena a média
em pontos de menor altitude (nível do mar a 400 metros) de diversas regiões
gaúchas e do Sul do Brasil.
No Paraná, haveria maior
chance de precipitações mais ao sudoeste do estado, na fronteira com Santa
Catarina, e também em Curitiba e Região Metropolitana (nesse caso, com
probabilidade menor do que na região sudoeste, conforme o modelo canadense).
O que chama atenção é o
indicativo de alguns destes modelos sobre a possibilidade de vir a ocorrer neve
por três ou quatro dias seguidos no Sul do Brasil. Seria mais um acontecimento
raro porque recentemente na onda de frio de junho tivemos o primeiro evento de
neve por três dias seguidos no Sul do país desde a grande onda de frio de julho
de 2000. Um novo episódio de três seguidos, um mês após o último que foi o
primeiro em duas décadas, seria um fato excepcional do ponto de vista
climatológico. (Informações Bem Paraná)