Empresas são alvos de mandados
de busca e apreensão na segunda fase da "Operação Expresso", que
investiga sonegação de R$ 1 bilhão em impostos na comercialização de café. A
Polícia Civil e a Receita Federal cumprem ordens judiciais no Paraná, na manhã
desta quinta-feira (12).
A primeira fase da operação
aconteceu em março. À época, 220 mandados judiciais foram cumpridos em 39
cidades do Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.
De acordo com a força-tarefa,
atacadistas e corretores de café sonegavam impostos em negociações
interestaduais, com fraudes da creditação do ICMS, e na comercialização dentro
do Paraná.
As operações possibilitavam o
não recolhimento do imposto sobre as notas fiscais falsas. Paralelamente, outra
empresa “noteira”, situada em São Paulo, emitia as notas fraudulentas
destinadas a atacadistas e torrefações do Paraná, segundo as investigações.
Nesta nova fase, os agentes
cumprem 10 mandados de busca e apreensão em Londrina, Maringá, Ivaiporã,
Faxinal, São Jorge do Patrocínio e Jesuítas.
Com o andamento das
investigações, a Polícia Civil e a Receita Federal descobriram a participação
de quatro torrefações de café no esquema.
Uma das empresas alvo da
operação, de Maringá, é uma corretora que intermediava a compra de grãos de
café para uma torrefação que fica em Jandaia do Sul, por meio de notas fiscais
emitidas por laranjas em São Paulo.
Segundo a polícia, na verdade
os grãos vinham de Minas Gerais ou do Espirito Santo. Após a emissão das notas
fraudulentas, a empresa ficava com uso de créditos de ICMS de maneira
irregular.
Além disso, uma empresa de
Londrina suspeita de emitir notas falsas para simular compras e vendas das
empresas de café também é alvo da operação. A Receita Federal disse que esta
companhia contribuía com os investigados da primeira fase.
Operação
Segundo a Policia Civil, o
esquema envolvia quatro organizações criminosas. Devido ao volume de
informações, as investigações foram divididas em dois inquéritos.
O primeiro inquérito foi
concluído pela Divisão Estadual de Combate à Corrupção no Paraná, em julho.
Nesta primeira parte, as investigações apuraram que o prejuízo aos cofres do
estado chega a R$ 52 milhões.
Esse valor se refere ao
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que deixaram de ser
pagos na comercialização de café em grãos.
Das 58 pessoas indiciadas no
primeiro inquérito, 36 são do Paraná. Os suspeitos são donos de torrefações,
corretores, atacadistas e funcionários de sete empresas apontadas pela polícia
como participantes do esquema.
Do total de indiciados, 20 são
de Londrina. Os demais são de Maringá, Rolândia, Jandaia do Sul, Cornélio
Procópio, Ibaiti, Mandaguari e Santo Antônio da Platina.
Além dos crimes indicados,
todos ainda podem responder por sonegação de impostos. (Informações G1.com)