Dois anos se passaram desde o brutal triplo homicídio que abalou o pequeno distrito de Luar, em São João do Ivaí, e a dor da perda continua viva nas famílias das vítimas. O crime, ocorrido numa tarde de domingo, ainda não teve desfecho na Justiça, o que intensifica a angústia e a sensação de impunidade.
A tragédia aconteceu em 22 de julho de 2023. João de Lima Lomba, de 47 anos, e sua esposa, Edivane do Carmo Lomba, de 46, foram assassinados a tiros ao chegarem de moto em casa. Enquanto eram socorridos, o criminoso voltou à cena e executou friamente o motorista da ambulância, Valdecir Farias de Oliveira, ex-vereador da cidade, que atendia ao chamado de emergência.
O autor do crime, Rogério Carlos de Oliveira, de 49 anos, fugiu do local e se entregou à polícia no dia seguinte, acompanhado de um advogado. Segundo informações da Polícia Civil, o crime teria sido motivado por desavenças antigas com a família do casal. Rogério foi autuado por três homicídios qualificados e transferido para uma unidade prisional em Rolândia.
Em reportagem recente do programa Beija Flor na TV, da Band Maringá, familiares das vítimas voltaram a cobrar agilidade no andamento do processo judicial. “Tiraram a vida deles sem motivo algum. Meu pai, de 93 anos, teve que enterrar o filho dessa forma trágica. Isso acabou com nossa família”, desabafou um dos irmãos de João Lomba.
Aline Farias, filha de Valdecir, emocionou-se ao relatar como a perda do pai transformou sua vida para sempre. “Ele era minha base. A nossa vida acabou naquele dia. Nós imploramos que o julgamento aconteça, que a justiça seja feita. Nada vai trazê-los de volta, mas precisamos dessa resposta”.
O sentimento de revolta e impotência é compartilhado por todos os familiares, que pedem que o julgamento aconteça em São João do Ivaí, local onde o crime foi cometido, e que o acusado receba a pena máxima. “As famílias seguem sangrando por dentro, como numa hemorragia que não estanca”, afirmou outro familiar das vítimas.