Quem compareceu na Câmara de
Vereadores de São João do Ivaí na noite da última terça-feira (04), para participar
da Audiência Pública promovida pelo legislativo municipal, passou a conhecer
melhor as exigências dos órgãos ambientais para construção de cemitérios e a
dificuldade que o município enfrenta para conseguir um local adequado diante da
abundância de nascentes.
O prefeito Fábio Hidek Miura
fez a abertura da audiência e destacou que a situação não pode mais ser prorrogada.
“Nossa cidade necessita de um novo cemitério há pelo menos 15 anos. Chegamos hoje
a uma situação que não tem outro caminho de resolver, a não ser a construção do
novo cemitério. Temos apenas dois terrenos disponíveis no cemitério da cidade”,
observou.
O diretor do departamento municipal
de Meio Ambiente, o técnico ambiental Bruno Tozetti, apresentou os estudos que
estão sendo feitos no município, seguindo as resoluções do Conselho Nacional de
Meio Ambiente (CONAMA) e as orientações do Instituto Ambiental do Paraná. “Os
cemitérios podem oferecer riscos ao meio ambiente, quando são construídos de
forma inadequada, desobedecendo às normas estipuladas”, destacou o
profissional.
Ainda, de acordo com o
técnico ambiental, a preocupação maior está em gerar menos impacto ambiental
possível. “A decomposição dos cadáveres gera um líquido viscoso, de cor
acinzentada, com mal cheiro, denominado como Necrochorume, que é extremamente
tóxico, podendo contaminar o solo e águas superficiais e subterrâneas, e
transmitir doenças aos seres humanos”, descreveu Tozetti.
O vereador Alessandro
Jubanski ajudou a conduzir a audiência. Ele disse que a prefeitura apresentou três
terrenos para os órgãos ambientais, mas apenas um foi avaliado positivamente e
passará por um estudo mais detalhado. “Essa questão do cemitério tem que ser
bem discutida com toda a população, pois precisamos pensar em um lugar que
tenha bom acesso e que a o espaço venha suprir a demanda por pelo menos 40 anos”,
disse o vereador.
Uma área de 15.000m², de
propriedade da família Sartório, localizada a 800 metros da cidade, em frente à
Serraria Caleffi, foi apontado como o principal lugar para construção. “De três
locais apontados pela prefeitura, o terreno em frente à serraria foi o melhor avaliado
pelos ambientalistas, tendo menos declividade e uma distância mais segura de
nascentes. Contudo, nada ainda está definido, pois o próximo passo será um
estudo mais detalhado para elaboração do projeto”, concluiu Jubanski.
Após a apresentação do
local, foi aberta a palavra para a população. A maioria concordou com os
estudos. O professor Sandro Armelin da Silva fez alguns questionamentos e
ponderou que a população precisa atuar de forma mais ativa nas discussões. “Precisamos
sanar essa necessidade do município, não deixando de preservar nossos bens
naturais. O poder público está tratando desse assunto de forma democrática, por
isso defendemos a maior participação da população nas definições”.
As autoridades disseram que
darão sequência aos estudos e que novas audiências e reuniões devem acontecer.
A audiência também contou com a participação da vice-prefeita Carla
Emerenciano, do presidente da Câmara, José Lomba, dos vereadores Robson
Bandeira e Valdomiro Matos, secretários e diretores de departamentos municipais,
representantes religiosos e de diversos segmentos da sociedade e populares.