Um vídeo que circula na
internet mostra dois jovens sendo obrigados a praticar sexo oral um no outro na
estação de trem do Maracanã, na zona norte do Rio. De acordo com a denúncia
formalizada por um parente de uma das vítimas na 3ª Delegacia de Polícia
Judiciária Militar, dois PMs e também seguranças da estação teriam retirado os
jovens do trem e obrigado a dupla a praticar sexo oral. Nas imagens gravadas no
último domingo (7), é possível ver um dos homens ameaçando os rapazes com uma
arma, debochando da situação e ordenando a prática do sexo oral. No vídeo, os
supostos PMs questionam se os garotos vão continuar comprando maconha.
Procurada, a Polícia Militar informou que, pelas imagens, não é possível
identificar se os homens pertencem à corporação. "A Polícia Judiciária
Militar está realizando diligências para verificar se há envolvimento de
policiais militares nesta ocorrência", explicou a PM, através de nota. O
governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), armou que, caso comprovada a
participação de PMs no caso, eles serão julgados. "Não temos bandido de
estimação. Se é policial civil, militar ou servidor público, e praticou crime
será investigado e levado a julgamento. A Polícia Militar, através da sua
corregedoria, está mostrando trabalho eficiente. Não temos bandido de
estimação", armou. A SuperVia, concessionária responsável pelo transporte,
considerou lastimável o fato registrado dentro do sistema ferroviário e, após
trabalho de sua comissão de sindicância, informou que demitiu dois funcionários
por envolvimento no caso. "Após a finalização dos trabalhos, a
concessionária vai registrar o caso em delegacia e apresentar à polícia as
conclusões da sindicância interna. A empresa se mantém à disposição das
autoridades para auxiliar nas investigações e atuará como assistente de
acusação neste processo", informou a SuperVia por meio de nota. "As
medidas reforçam o posicionamento da SuperVia de não tolerar, em hipótese
alguma, práticas como essa no sistema administrado pela concessionária, nem em
seu quadro de colaboradores". "Além de ferir leis vigentes, o ato
cometido contra os dois jovens é um desrespeito à dignidade humana e vai contra
as premissas de ética e decoro da concessionária. Vale reforçar que todos os
funcionários do setor de segurança da empresa são intensamente treinados para
agir com idoneidade e respeito em qualquer uma das situações vivenciadas no
sistema", disse a empresa. Os dois rapazes prestam depoimento nesta
quarta-feira (10) à Polícia Judiciária Militar do Rio de Janeiro. (Folha
Press).