O empresário Walter Faria está foragido. Com a prisão preventiva decretada pela juíza Gabriela Hardt, da 13.ª Vara Federal de Curitiba, o empresário dono do Grupo Petrópolis, apontado como “grande operador de propina” do esquema Odebrecht instalado na Petrobras, conseguiu escapar ao cerco da Polícia Federal.
Os agentes foram à sua residência, na cidade de Boituva, interior de São Paulo, logo cedo nesta quarta-feira, 31, mas ele não estava mais. Oficialmente, ele é dado como foragido da Lava Jato.
A prisão de Walter Faria foi decretada no âmbito da Operação “Rock City”, fase 62 da Lava Jato, que investiga rede de propinas da Odebrecht por meio de doações eleitorais do Grupo Petrópolis, dono da marca Itaipava.
A investigação revela que R$ 329 milhões, entre 2006 e 2014, foram lavados pela Petrópolis no interesse da Odebrecht.
Walter Faria, controlador do grupo, usou ainda conta na Suíça para intermediar o repasse de mais de US$ 3 milhões de propina relacionadas aos contratos dos navios-sonda Petrobrás 10.000 e Vitória 10.000.
Segundo a investigação, por meio das empresas Praiamar e Leyroz Caxias, o Grupo Petrópolis foi utilizado pela Odebrecht para realizar, entre 2008 e 2014, “pagamentos de propina travestida de doações eleitorais, no montante de R$ 121.581.164,36”.
A força-tarefa da Lava Jato revela que Walter Faria, em conjunto com outros cinco executivos do Grupo Petrópolis, “atuou em larga escala na lavagem de centenas de milhões de reais em contas fora do Brasil e desempenhou substancial papel como grande operador de propina”.
“Conforme apontam as provas colhidas na investigação, Walter Faria, em troca de dólares recebidos no exterior e de investimentos realizados em suas empresas, atuou para gerar recursos em espécie para a entrega a agentes corrompidos no Brasil e entregar propina travestida de doação eleitoral no interesse da Odebrecht e transferir, no exterior, valores ilícitos recebidos em suas contas para agentes públicos beneficiados pelo esquema de corrupção na Petrobras”, afirmam os investigadores.