A Polícia Civil de Apucarana,
no norte do Estado do Paraná, apreendeu na tarde deste sábado (15) ampolas de
vacinas contra covid-19 na casa de uma falsa enfermeira suspeita de ter
desviado o material de rede pública de saúde para vender as doses a pessoas que
não fazem parte do público alvo da campanha. Na casa da mulher, que se
apresenta como técnica em enfermagem, foram apreendidos também carteirinhas de
vacinação, celulares e seringas.
A mulher foi presa e
encaminhada a 17 Subdivisão Policial de Apucarana. O mandado de busca e
apreensão na casa da detida atende a pedido do Ministério Público do Paraná,
por meio da 2ª Promotoria de Justiça, que abriu investigação após receber
denúncia do vereador Lucas Leugi. A mulher trabalhou como voluntária na campanha
de vacinação contra covid-19 até ser afastada após ser alvo das denúncias. O
vereador apresentou indícios que apontam que a falsa enfermeira teria atuado
como voluntária para desviar vacinas contra a Covid-19 para revendê-las. Há
informações, ainda não confirmadas pela Polícia Civil, de áudios e troca de
mensagens em aplicativos onde a detida oferecia a vacina.
Durante o cumprimento da
determinação judicial, as doses de vacina foram apreendidas (um frasco da
Astrazeneca, com cinco doses; um de CoronaVac com um número ainda não
determinado de doses e um vazio) e a falsa enfermeira foi presa em flagrante
pelo crime de peculato, podendo responder também pelos crimes de falsidade
ideológica e infração de medida sanitária.
Segundo o delegado Marcus
Felipe da Rocha Rodrigues, a falsa enfermeira atuou como voluntária na campanha
de vacinação desde 16 abril lotada na parte interna do Ginásio de Esportes
Lagoão. Em depoimento, ela admitiu o desvio das vacinas, mas negou ter vendido
o imunizante que teriam sido desviados para imunizar uma família próxima a
detida. "Ela também afirmou, e isso é importante salientar para população
até porque tem ocorrido diversos boatos a respeito, que jamais aplicou soro nas
pessoas que estavam sendo vacinadas. Ela frisa isso em depoimento e não há
elemento nenhum que sugira que essa prática ocorreu", afirma o delegado.
O delegado destaca também que
a detida admitiu que não tem capacitação profissional e detalhou as datas que
as vacinas foram subtraídas. Um dos frascos teria sido desviado no dia 8 de
maio e outro no dia 11 do mesmo mês. O Ministério Público dará continuidade às
investigações com intuito de esclarecer, entre outras coisas, o possível
envolvimento de servidores públicos na subtração das doses. Será apurada também
a eventual responsabilização de pessoas que possam ter sido beneficiadas com a
aplicação da vacina.
Na sexta-feira, a Autarquia
Municipal de Saúde (AMS) de Apucarana divulgou uma nota oficial afirmando que
abriu uma sindicância para apurar o caso. Na nota, entretanto, o presidente da
AMS, Roberto Kaneta, afirmou que a "profissional de enfermagem, em nenhum
momento teve autonomia para manipular frascos e doses de vacinas". (Informações
TnONline)