Mary Galvão, de 81 anos,
revelou em entrevista a André Piunti, em vídeo publicado no Youtube neste
sábado (19), que as irmãs estão definitivamente separadas da carreira
artística. O motivo é o Alzheimer de Marilene Galvão, que causou perda de
memória total na idosa.
O fim da dupla As Galvão
inicialmente conhecida com Irmãs Galvão até a troca de nome (por razões
esotéricas) no início dos anos 2000 – encerra carreira celebrada pelo
pioneirismo no universo sertanejo.
Demarcando e ampliando
território desbravado pelas Irmãs Castro, dupla que as antecedeu, as Irmãs
Galvão marcaram época por terem sido duas das primeiras mulheres a entrar com
sucesso em universo sertanejo então dominado por elenco masculino.
Além de cantar, Mary Galvão –
nascida em Ourinhos (SP) em 1940 – tocava sanfona na dupla. Já Marilene Galvão
– nascida em Palmital (SP) em 1942 – tocava viola enquanto unia a voz com a da
irmã para propagar músicas como Beijinho doce (Nhô Pai, 1945), clássico
sertanejo lançado pelas Irmãs Castro, mas desde sempre associado às vozes das
Irmãs Galvão.
Quando entraram em cena na
Rádio Club Marconi de Paraguaçu Paulista (SP), em 1947, com sete e cinco anos,
respectivamente, Mary e Marilene certamente nem sonhavam em pavimentar
trajetória tão longeva na música sertaneja.
De rádio em rádio pelo
interior paulista, as irmãs acabaram contratadas pela RCA Victor, gravadora na
qual debutaram em 1955, ano em que as Galvão registraram, em disco de 78
rotações por minuto, as músicas Carinha de anjo (Paschoal Yanuzzi e Fábio
Mirhib) e Rincão Guarani (Maurício Cardozo O campo, Diogo Mulero Palmeira e
Centorion).
Começou, naquele ano,
bem-sucedida trajetória fonográfica pavimentada pelas gravações de toadas,
modas de viola e rasqueados, gêneros musicais recorrentes no universo
sertanejo. As Irmãs Galvão gravaram discos com regularidade até o fim da década
de 1980.
A partir dos anos 1990, a
discografia foi ficando cada vez mais espaçada na medida em que a dupla passava
a ser cada vez mais reconhecida pelo fato de, no rastro das Irmãs Castro, Mary
e Marilene terem imprimido assinatura vocal feminina na música sertaneja quando
que somente os homens cantavam modas caipiras.
Essa trajetória pioneira foi
celebrada em 2017, ano em que as Galvão festejaram sete décadas de carreira,
com a edição do DVD Soberanas – 70 anos ao vivo e com o documentário Eu e minha
irmã – A trajetória das Irmãs Galvão, dirigido por Thiago Rosente.
Com informações: G1