Mesmo já tendo conhecido diversas histórias tristes ao longo
da profissão, a pedagoga da Escola Estadual Curitiba Mari De Col, de Paranavaí
(a cerca de 70 km de Maringá), ficou sem reação ao receber há algumas semanas o
bilhete de um aluno do 9° ano, com um pedido de ajuda por comida.
Comovida com a situação do
adolescente, a pedagoga resolveu enviar uma foto do bilhete em um grupo de
WhatsApp da escola e, junto aos colegas de trabalho que também ficaram tocados,
arrecadaram alimentos para a família. As informações são do Portal da Cidade
Paranavaí.
Mas não parou por aí, aquele
pedido de “socorro” do aluno mexeu tanto com a equipe que ganhou diversos
grupos nas redes sociais e foi compartilhado dezenas de vezes.
Muitas pessoas se
solidarizaram e levaram doações até a escola, de alimentos, guloseimas, roupas,
presentes, produtos de higiene e limpeza. Foram tantos donativos que a pedagoga
conseguiu dividir com outras famílias de estudantes, que também passam por
dificuldades financeiras.
“Aqui na escola temos muitas
crianças carentes que vêm até nós pedir ajuda. Mas essa história mexeu muito
comigo e eu compartilhei com os colegas de trabalho. Nós sempre fazemos
campanhas entre os próprios funcionários para comprar material escolar,
uniforme e produtos de higiene pessoal para aqueles que precisam, e dessa vez
não foi diferente, nós ajudamos e depois chegaram inúmeras doações da
comunidade”, detalha a pedagoga.
Ela explica que o adolescente,
autor do bilhete com o pedido por comida, mora no Jardim Renascer com o pai,
que é assistente de pedreiro e está desempregado, e com um irmão, de 12 anos,
que estuda na mesma escola.
“Além de doar, é preciso
ensinar e acompanhar esta família. Proporcionar estudo e orientação para essas
crianças, que geralmente não têm incentivo em casa. Nós somos a única fonte de
estudo e educação para muitas delas. Queremos contribuir com o alimento agora,
mas também incentivar para que sejam cidadãos participativos, que façam o bem
para os outros, que mudem suas histórias e possam ter uma vida melhor”,
declara.
Mari ressalta que o pai e os
filhos também são acompanhados pela assistência social do município, mas a
escola resolveu ajudar porque o pedido foi feito diretamente à pedagoga. O
próximo passo é conseguir um emprego para o pai.
Feliz com a solidariedade das
pessoas, a pedagoga agradece a todos que contribuíram e destaca que, assim como
esse adolescente, muitos outros estão na mesma situação, vivendo em extrema
carência de comida, roupas, materiais escolares, produtos de higiene, etc.
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da Cidade Paranavaí.