Uma falsa médica foi presa
ontem (13), em Coronel Vivida, no sudoeste do Paraná. De acordo com a Polícia
Civil, ela atendeu mais de 1,4 mil pacientes no município.
A suspeita poderá responder
pelos crimes de exercício ilegal da medicina e estelionato, conforme a polícia.
A investigação teve início
após colegas de trabalho desconfiarem da atuação da mulher, que realizava
plantões na Unidade Básica de Saúde (UBS) Central do município.
Segundo a polícia, ela atuava
há quatro meses na unidade, mas não atendia casos graves.
"Ela por não ter
formação, tirava plantão na área central porque o trabalho é feito por dois
médicos. E quando surgia a situação de pacientes mais graves, com risco, ela
apelava para que o colega que realmente é médico, atendesse o paciente",
disse o delegado Romulo Ventrella.
A mulher, segundo a polícia, é
de Londrina, no norte do Paraná, e tem formação como técnica em química.
À polícia, ela informou que
durante alguns anos atuou como recepcionista em clínicas médicas e como
conhecia a rotina de trabalho, tentou se passar por médica.
Segundo a polícia, ela
prescrevia medicamentos e solicitava exames para as pessoas que eram atendidas
por ela. A polícia agora apura se houve algum paciente lesado pelo atendimento
dela.
O delegado informou que a
mulher usava o registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) de uma médica
que atua em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, e que tem o mesmo
primeiro nome que ela.
Contratação
Conforme o delegado, a
contratação é objeto de investigação. Ela iniciou a atuação após passar por
seleção feita via processo de licitação onde uma pessoa jurídica contratada
pelo município é responsável pela contratação dos médicos que farão
atendimentos na rede municipal de saúde.
"Contratação de uma
pessoa jurídica, pelo município e essa pessoa jurídica é quem contrata esses
médicos. E foi nessa contratação, ao nosso entender, que ocorreu o erro por não
terem sido exigidos os documentos necessários", comenta o delegado.
Segundo o delegado, ela
demonstrou interesse na vaga e a documentação como CRM foi exigida. Mas ela
teria iniciado a atuação sem entregar os documentos e quando eram solicitados,
ela inventava situações para postergar a entrega.
Conforme a investigação, a
mulher tentou aplicar o mesmo golpe em São João do Ivaí, no norte do estado, mas
a empresa exigiu o diploma e ela apresentou um falso diploma, sendo descoberta
a fraude.
O prefeito de Coronel Vivida,
Anderson Manique Barreto (PDT), informou que a administração tomou conhecimento
do fato no início da semana e que a secretaria de saúde acionou a polícia para
investigar o caso.
Em coletiva, ele disse que o
município vai tomar as medidas cabíveis, especialmente na esfera jurídica, para
eventualmente responsabilizar quem tenha essa responsabilidade.
A mulher foi conduzida para a
Cadeia Pública de Pato Branco, também no sudoeste do Paraná. (Informações G1)