A Secretaria de Estado da Educação (SEED), abre apenas nesta sexta-feira (1º.) o procedimento administrativo disciplinar contra o professor do Colégio Estadual Cívico Militar Padre José Canale, de Apucarana, acusado de assediar alunas sexualmente . Há quase dois meses a SEED recebeu o relatório da Ouvidoria do Núcleo Regional de Educação sobre o caso do professor. O procedimento tem prazo de 4 meses para ser concluído.
A Polícia Civil, que também investigou o caso através da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, abriu inquérito policial no início de abril e, apesar de um pedido de prorrogação de prazo , já concluiu as investigações. Porém, o relatório final do inquérito só deve ser fechado na próxima semana, quando o caso será encaminhado ao Fórum da Comarca, para manifestação da justiça. Dois boletins de ocorrência foram registrados contra o mesmo professor.
Questionada sobre o andamento do caso, a SEED informou, através da assessoria de imprensa, que o professor está afastado das funções e permanecerá assim até a conclusão do processo administrativo disciplinar.
A SEED informou, ainda, que o professor estava sob licença para tratamento de saúde, em abril, quando o caso se tornou público e que, a partir de 1º de junho - quando venceu a licença médica -, ele foi afastado para apuração das denúncias de assédio. De acordo com a assessoria da SEED , após a conclusão da fase de apuração, ainda no mês de junho, foi determinada a instauração do processo administrativo disciplinar, que começa nesta sexta-feira (1º.), com prazo de 120 dias para ser concluído. Ao final do processo, caso se comprove o teor das denúncias, o professor poderá receber penalidades, dentre elas, a demissão.
ENTENDA O CASO
O caso do professor denunciado por assediar sexualmente alunas e uma mãe de aluna, voltou a ser questionado pela comunidade escolar do Colégio Cívico Militar Pe. Canale, do Jardim Ponta Grossa, no final de junho, quando ocorreu a morte do garoto Alekson Ricardo Kongeski, de 13 anos, em decorrência de uma briga de adolescentes. O caso aconteceu no dia 21 de junho e, no dia 27, a comunidade escolar fez uma manifestação na porta do colégio, ocasião em que pediu mais segurança, mudança no horário de saída das crianças no turno vespertino e a saída do diretor da escola. Na ocasião das manifestações, algumas mães relembraram o caso das denúncias de assédio contra o professor investigado e chegaram a informar que ele teria voltado a dar aulas na escola. Essa informação, no entanto, foi negada pela SEED.
Também pela assessoria de imprensa, a SEED informou nesta semana que se mantém aberta para ouvir a comunidade acadêmica, mas que não iria se pronunciar sobre o pedido de afastamento do diretor do Colégio.
A reportagem da Tribuna confirmou a denúncia feita contra o professor no início de maio, através da Delegacia da Mulher, mas também junto ao Núcleo Regional de Educação (NRE) e até com a direção do Colégio Canale.
Na ocasião, a Delegacia da Mulher de Apucarana, informou que ainda iria ouvir o professor acusado de assediar alunas, conforme boletim de ocorrência registrado no início do mês de abril, pela mãe de uma aluna. O caso foi confirmado pelas autoridades à Tribuna, apenas no dia 30 de abril.
Administrativamente, o caso já estava também na Ouvidoria do Núcleo Regional de Educação, que fechou o relatório no dia 3 de maio. Esse relatório foi, então, enviado para a Secretaria de Estado da Educação (SEED), que apurou as informações e decidiu pela abertura do procedimento administrativo disciplinar, que começa nesta sexta (1º.).
No início de maio, ao confirmar o caso das denúncias contra o professor, a reportagem da Tribuna também obteve a confirmação de que o mesmo professor seria reincidente. Informações obtidas junto a direção do colégio e com o NRE davam conta de que o professor foi denunciado por mães de alunos, por assédio sexual, em 2019. A investigação, no entanto, não teria avançado por falta de provas, ainda na fase de apuração.
De acordo com relatos de familiares de alunas do colégio, até um abaixo assinado foi feito pelos estudantes, pedindo que o professor não retorne mais às atividades. Segundo o chefe do Núcleo Regional de Educação, professor Vladimir Barbosa da Silva, na época, o professor denunciado estaria afastado por motivos de saúde, sob atestado médico.
Informações: TN Online