Um dos mais longevos personagens do jornalismo esportivo brasileiro, o repórter Roberto Carmona, da Rádio Transamérica, de São Paulo, morreu neste domingo (04). A carreira dele começou nos anos de 1960, em Arapongas, no Paraná. Ele teria sido vítima de uma infecção depois de passar por uma cirurgia na coluna.
Carmona morreu aos 86 anos e foi lembrado neste domingo como a lenda do rádio esportivo brasileiro, tendo integrado as mais importantes equipes esportivas em emissoras como a Rádio Nacional, Globo, Joven Pan, Record, Bandeirantes, Gazeta e Excelsior. Nos últimos anos, trabalhava na Transamérica.
Roberto Carmona era chamado de “O Senhor Rádio” pelos colegas da crônica esportiva brasileira. Ele teve a história contada em um livro, “O Senhor Rádio: a fantástica História de Roberto Carmona, o repórter que viveu os anos dourados do rádio esportivo brasileiro”, da editora Kelps, lançado nesse ano.
Carmona era nascido no interior paulista, em Presidente Bernardes. Ainda aos 3 anos de idade, mudou-se para o Paraná, onde começou a carreira no rádio, em Arapongas e se descobriu torcedor apaixonado do Athletico Paranaense. Ele ficou famoso na beira dos gramados e fez 12 copas do mundo e uma infinidade de eventos esportivos, inclusive da Fórmula 1.
Em entrevista ao Portal dos Jornalistas, em 2013, Roberto contou, entre outras coisas, que sua carreira começou por acaso, como uma brincadeira entre amigos: “Comecei como uma brincadeira, sem estímulo ou desejo de ser jornalista. Há muitos anos, na cidade onde eu morava, Arapongas, no Paraná, eu e um amigo, que trabalhava comigo no escritório, íamos ao estádio assistir ao time local jogar e ficávamos narrando os jogos na arquibancada, utilizando latinhas de molho de tomate para dar potência na voz. Assim seguiu até que o Arapongas montou um time que disputaria o campeonato estadual e contrataram um locutor para narrar os jogos na rádio local. Justamente na primeira partida do campeonato, o time perdeu e esse locutor falou mal de um dos jogadores, reclamou de seu comportamento fora do campo, sua indisciplina, disse que ele bebia demais e só queria saber de farra. O jogador, quando soube, ficou bravo e bateu no locutor, que precisou ficar afastado para se recuperar. O gerente da rádio se desesperou e alguém sugeriu que ele chamasse a mim e meu amigo para narrar, já que muitas pessoas gostavam de nós e nos conheciam da arquibancada. Assim comecei. Depois pedi para o meu amigo narrar o jogo sozinho, porque eu queria ser repórter. Mas nessa rádio o trabalho nem era remunerado, eu fazia pela diversão”, contou Carmona, à época.
Informações: TN Online