Um professor de educação física de Apucarana que aguarda decisão de um processo administrativo que corre na Secretaria Estadual de Educação (SEED) por assédio sexual contra alunas do Colégio Estadual Padre José Canale, teria assediado novamente uma aluna, desta vez, no Colégio Estadual Vale do Saber. Um boletim de ocorrências foi registrado pela mãe da menor, no dia 05 de agosto, detalhando o assédio.
O que chama a atenção, é o fato do professor, que responde processo administrativo por assédio, estar novamente em sala de aula. Procurado pela reportagem, o Chefe do Núcleo Regional de Educação de Apucarana (NRE) Vladimir Barbosa da Silva, informou que o prazo de afastamento do docente teria vencido, e por essa razão, ele teria retornado ao trabalho após as férias escolares de julho. Ele informou também, que após as novas denúncias, ele foi novamente afastado e um novo processo administrativo foi aberto.
Também procurada pela reportagem, a assessoria da SEED não soube responder porque o professor retornou ao trabalho, antes da decisão do processo ao qual ele responde ser divulgada. Eles informaram que o caso será apurado e em seguida, uma nota será enviada com as informações.
As primeiras denúncias contra o docente vieram à tona em maio deste ano. Familiares de alunas fizeram contato com a Tribuna, informando sobre o caso. Segundo relatos, até um abaixo assinado foi feito pelos estudantes, pedindo que o professor não retorne mais às atividades.
Na época, familiares também informaram que ele já teria sido denunciado anteriormente. A ouvidoria do Núcleo Regional de Educação admitiu a reincidência de denúncias contra o mesmo professor. Questionada sobre o fato de o professor ainda não ter sido afastado na época, o ouvidor, professor José Carlos dos Santos informou, naquela oportunidade, que "o afastamento só poderia ser feito depois de um processo administrativo e que a sindicância anterior foi arquivada por falta de provas”.
Apuração do caso
O caso registrado no colégio Canale também é investigado em inquérito instaurado pela Delegacia da Mulher, em Apucarana e acompanhado pelo Ministério Público (MP). Um relatório sobre as denúncias foi confeccionado pelo NRE de Apucarana e enviado para a SEED, que é a responsável pelo processo administrativo, e deve definir a punição a ser aplicada ao docente. O processo na SEED teve início no dia 1º de julho, com até 120 dias para a divulgação da decisão.
Agora, com mais uma denúncia, outro processo deverá ser encaminhado à SEED. O NRE informou que até que a apuração seja finalizada, o docente não deverá retornar ao trabalho.