A história da televisão brasileira acaba de perder um grande nome. A talentosa atriz Lolita Rodrigues faleceu aos 94 anos neste domingo, 5, em João Pessoa. Lolita se encontrava internada no Hospital Nossa Senhora das Neves e, infelizmente, não sobreviveu a uma pneumonia.
De acordo com o portal de notícias G1, a morte da artista fora registrada às 4h30. Lolita residia na cidade desde 2015 com a filha, Sílvia Rodrigues. Ela informa que a mãe será cremada ainda hoje. A cerimônia, entretanto, será feita apenas na presença de familiares.
A carreira
Conhecida como Lolita, Sylvia Gonçalves Rodrigues Leite nasceu em Santos, São Paulo. Ela é uma das pioneiras na história da televisão brasileira. Participou de clássicos da televisão brasileira, como 'Sassaricando' (1987), na qual interpretou a personagem Aldonza. Também brilhou em 'Terra Nostra' (1999). Seu último papel na televisão foi a personagem Noêmia de 'Viver a Vida' (2009).
"Eu não sou uma pessoa interessante. Não tenho nada para contar. Sou igual a todo mundo. Eu não tenho empregada. Cuido, eu mesma, das minhas coisas. Uma faxineira, para mim, basta. Sou muito simples. A comida de casa é congelada. Adoro assistir TV. Em especial, os canais de língua espanhola, porque sou filha de imigrantes", disse ela em sua biografia, assinada por Eliana Castro.
Após os sucessos nas novelas, Lolita passou a viver reclusa em João Pessoa, ao lado da filha. Em 2020, ela declarou em entrevista à Quem que tinha saudades de atuar, entretanto, encarava as suas limitações.
"Faz anos que não trabalho com televisão e tenho muita saudade disso. Vejo a novela 'Rainha da Sucata' [no canal Viva], dá muita saudade, eu estava bonita e nova. Quero fazer novelas, mas eu moro em São Paulo e ando de bengala, entendo que é difícil essa logística de me levar para o Rio", afirmou ela.
Durante a conversa, ela também relembrou como era fazer televisão no passado, quando não existia o 'glamour' atual.
"Hoje em dia, as pessoas só pensam em ganhar dinheiro. Mas quando começamos, o trabalho na TV não era bem remunerado. Não existia glamour, não existia figurinista, continuísta, cenógrafo. Todo mundo precisava fazer um pouco de tudo. A gente levava roupa, móvel e objetos de casa ou pegava coisas emprestadas dos amigos e da família. Comecei a fazer televisão numa época que TV era artesanato", disse ela.
Informações: Aventuras na história