A mãe de uma aluna vítima de racismo no Colégio Estadual do Paraná (CEP) acusa um sargento da Polícia Militar do Paraná (PM-PR) de abuso de autoridade. A mulher recebeu voz de prisão por parte do agente nesta segunda-feira (20), Dia da Consciência Negra, após denunciar o caso de racismo sofrido por sua filha. (VEJA O VÍDEO AO FINAL DA MATÉRIA)
Em um vídeo divulgado pelo advogado Valnei Francisco de França, que circula nas redes sociais desde então, o agente aparece ameaçando a mulher de prisão. “Eu vou algemar a senhora. A senhora quer ficar algemada?”, diz o policial identificado apenas como Márcio. Durante o registro, a mulher afirma estar se “sentindo acuada” e destaca que a atitude do PM “não é correta”. Ele impede que ela saia da sala onde estão.
A mãe da aluna vítima de racismo tenta deixar a sala, mas é novamente ameaçada: “Vou algemar a senhora!”. O policial alega que ela “está fugindo” e tenta impedir. Neste momento, a mulher questiona a atitude do sargento e começa a chorar, alegando que não cometeu crime algum.
Segundo o advogado Valnei Francisco, a mulher foi detida pelo policial e encaminhada à Central de Flagrantes da Polícia Civil, sendo liberada somente no início da madrugada, por volta de 1h.
A Secretaria Estadual de Educação do Estado do Paraná (Seed-PR) informou à Banda B que o caso aconteceu durante uma reunião pedagógica convocada pela direção do Colégio Estadual do Paraná, cujo encontro foi marcado para abordar o caso de racismo envolvendo dois estudantes da instituição. O crime de racismo teria sido cometido pelo filho do sargento que aparece no vídeo.
Em nota, a pasta reconhece que “foi registrada uma situação de abuso de autoridade” e afirma que a reunião tinha o objetivo de “resolver a questão em nível pedagógico”.
“A direção do colégio agiu imediatamente, acionando o Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária (Bpec), que prosseguiu com a condução dos envolvidos à delegacia onde – por parte da mãe da estudante – foi registrado Boletim de Ocorrência por abuso de autoridade e, pelo sargento, por desacato”, acrescentou a Seed, que destacou estar prestando apoio às vítimas de racismo e do ato de abuso de autoridade.
Segundo a secretaria, porém, “as ações dos pais dos alunos estão além do escopo da escola”.
Em um comunicado divulgado nas redes sociais, o CEP, por outro lado, afirma que o caso envolveu cinco estudantes, mas admite que o sargento “cometeu abuso de autoridade contra a mãe de um dos estudantes”. “Os pais foram convocados para resolver a questão em nível pedagógico, mas a situação escalou após a conclusão da reunião e da ata assinada pelos presentes, tendo o pai do estudante (que é também sargento e estava fardado e armado), deu voz de prisão à mãe de um dos estudantes”, destaca a direção da instituição
. Já a Polícia Civil do Paraná (PC-PR) afirmou que a mãe da estudante e o sargento foram ouvidos na delegacia e assinaram um termo circunstanciado. “O procedimento será encaminhado ao 1.° Distrito da PCPR em Curitiba para a realização de diligências complementares a fim de esclarecer os fatos.”
A Banda B procurou a Polícia Militar do Paraná (PM-PR), que alegou que o posicionamento será emitido somente pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp). A pasta não havia se posicionado até a publicação deste texto.
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Informações: Banda B